Nossos queridos alunos

O corpo discente da Escola Batista da Califórnia é composto por duzentos e quarenta e dois alunos, todos na faixa etária entre cinco a oito anos de idade. Estão domiciliados nos bairros da Califórnia, Parque Boa Vista, Nova Califórnia, Monte Cristo e Fátima, e, aproximadamente 45%  dos alunos moram  com os pais, os outros 55% vivem com avós, tios ou apenas com o pai ou mãe. Os pais, em sua maioria, têm profissões variadas, como: mestre-de-obras, ajudante de pedreiro, pintor, eletricista, domésticas, costureiras, e outras. A renda dessas famílias está em torno de um salário mínimo, no máximo, quase sempre oriundo das aposentadorias dos avós, ou até mesmo, pelo quadro  de invalidez apresentado por algum membro da família. 

Devido ao elevado índice de violência nesses bairros periféricos, a maioria dos alunos, no período em que não se encontram na escola, se diverte em casa com os irmãos ou primos, utilizando-se dos programas de televisão apropriados ou não para sua faixa etária, ou da utilização de outros veículos de comunicação, e alguns brincam  pelas ruas dos bairros  com pipas, bicicletas e outros.

Em relação aos aspectos pedagógicos, são crianças que gostam de manusear livros, revistas e outros materiais de leitura, sentem prazer em olhar livros clássicos da literatura infantil e apresentam uma oralidade bem desenvolvida percebida através das rodas de conversas diárias, dos momentos de recontos de história ou nas participações nas culminâncias dos projetos de trabalho. São criativos, se destacam na  produção de desenhos e pinturas, utilizados para expor seu pensamento e sentimentos e, embora alguns alunos ainda não dominem a leitura  e a escrita de forma convencional para que esse alunado avance na construção de suas hipóteses de escrita e leitura.

Destacam-se pelo raciocínio lógico-matemático, visível nas atividades realizadas dentro e fora da escola, quando lidam diariamente com cédulas e moedas, realizando cálculos mentais em sua atividade de pequeno trabalhador, quando atuam fazendo, desde transportes de compras com carrinhos saindo dos supermercados dos bairros, ou vendendo lanches com os pais, o que os leva facilmente a resolver situações-problemas, encontrando suas próprias lógicas para resolver operações  jogos na vida cotidiana.